O Brasil Precisa de Obstetrizes

quarta-feira, 23 de março de 2011

USP Leste vai discutir com Coren-SP o destino do curso de obstetrícia

Grupo de estudos recomendou a fusão do curso com o de enfermagem. Alunos temem a extinção e prometem protestar em frente à reitoria.

A direção da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), mais conhecida como USP Leste, vai reunir alunos e formados no curso de obstetrícia na próxima segunda-feira (28) na sede do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP), na Bela Vista. A intenção é buscar alternativas para o curso que corre o risco de ser fechado. Um relatório elaborado por um grupo de trabalho que cuida de revisão e remanejamento de vagas concluiu que a USP Leste deveria fechar 330 vagas do vestibular, e que o curso de obstetrícia (o único no país) deveria se fundir com o de enfermagem.

A decisão provocou revolta dos alunos de obstetrícia. Um protesto está previsto para a manhã desta quarta-feira (23) em frente à reitoria da USP. Desde a criação do curso, em 2005, junto com a inauguração do campus da USP na Zona Leste de São Paulo, os alunos de obstetrícia enfrentam dificuldades para o reconhecimento de sua formação profissional. Os formandos precisam de uma certificação especial dos conselhos de enfermagem para exercer a profissão, e muitas vezes só obtêm este registro com ações judiciais.
Em comunicado, a direção da universidade diz que “a avaliação permanente da graduação e a revisão dos cursos da EACH é absolutamente natural, indo de encontro às demandas sociais, científicas e tecnológicas da sociedade”. “A principal preocupação é com os egressos e com os alunos que estão cursando Obstetrícia. Se for necessária outra reformulação do curso, ela será feita”, afirmou Telma Zorn, pró-reitora de graduação.
Os alunos temem a extinção do curso de obstetrícia. Em comunicado que busca angariar assinaturas contra a extinção , os alunos destacam que “a formação específica de Obstetrícia capacita os profissionais para praticar uma atenção individualizada à mulher e à família, compreendendo-a em seus processos de gestação, parto e amamentação como fisiológico, mas também e igualmente importantes, como processos emocionais, sociais, culturais, espirituais e como sementes para um mundo melhor”.

 

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