Em 2005, o curso de Obstetrícia foi retomado na USP, no seu campus na Zona Leste da cidade de São Paulo. Porém, agora em 2011 ele pode ser extinto. Tanto que alunos já estão se mobilizando para que isso não ocorra no calendário de cursos da Fuvest de 2012.
A retirada é defendida pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoiada por comissão interna da USP, pelo menos até que se encontrem formas de viabilizar o curso.
Em seis anos, o curso de obstetrícia já formou duas turmas, no total de 90 obstetrizes -mesmo os profissionais do gênero masculino designam-se assim, para se distinguirem dos médicos e enfermeiros obstetras.
Ao contrário do que previam os organizadores do curso, porém, o Cofen logo manifestou seu inconformismo com o fato de os egressos da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades) pleitearem o registro como enfermeiros.
Segundo o Cofen, o curso da USP-Leste não cumpria as diretrizes curriculares nacionais. Ontem, veio a público a decisão final do Cofen relativa aos egressos da obstetrícia da EACH. O Conselho não os reconhece como enfermeiros e recomenda que a USP Leste cancele imediatamente o vestibular para o curso.
"Não admitimos sucateamento da profissão de enfermeiro", diz Fabrício de Macedo, procurador do Cofen.
Edson Leite, vice-diretor da EACH, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, quando ainda não se conhecia o parecer final do órgão de classe sobre o curso, que a universidade "não poderia fechar os olhos para o destino dos alunos que estão fazendo o curso".
Dulce Maria Rosa Gualda, professora-titular da faculdade de enfermagem da USP e uma das formuladoras do curso de obstetrícia da EACH, considera "lamentável a USP ceder dessa forma vergonhosa à pressão corporativista do Cofen".
Ela cita pesquisas, como a divulgada pela Folha no último dia 24, nas quais 25% das mães dizem ter sofrido algum tipo de agressão no parto.
"Quando a questão do parto humanizado é tão urgente, como é possível que a universidade aceite extinguir um curso fundado exatamente para reverter esse cenário?"
Segundo a professora, já está provado que os cursos de enfermagem não dão conta de formar profissionais em número suficiente para a obstetrícia. "O certo seria ampliar a experiência da EACH, e não encerrá-la."
Para Edson Leite, "não dá mais para dizer que não interessa o parecer do conselho de classe". Segundo ele, as negociações para o Cofen reconhecer o curso da EACH deverão prosseguir. "Se for o caso, voltamos a oferecê-lo no vestibular de 2013."
O Portal da Enfermagem quer saber a sua opinião.
Precisamos de Obstetriz ou as atribuições devem ser do enfermeiro obstetra?
Vamos comentar? Acesse o portal: http://www.portaldaenfermagem.com.br/destaque_read.asp?id=1550
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