O Brasil Precisa de Obstetrizes

quarta-feira, 29 de junho de 2011

MP quer que órgãos de enfermagem reconheçam formados em obstetrícia

Conselho Federal de Enfermagem não reconhece diploma de obstetriz. USP decidiu manter as 60 vagas oferecidas no vestibular.

Alunos de obstetrícia  (Foto: Luna D'Alama/G1)
Em março, alunos de obstetrícia fizeram protesto
contra a possibilidade de fechamento do curso da
USP Leste (Foto: Luna D'Alama/G1)
O Ministério Público Federal em São Paulo enviou nesta quarta-feira (29) ao Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) uma recomendação para que o órgão considere os bacharéis formados no curso de obstetrícia pelos órgãos educacionais como enfermeiros. Para isso, o Ministério Público requer que o órgão revogue a resolução nº 378, que proíbe a inscrição de obstetrizes nos Conselhos Regionais de Enfermagem (Corens).
A recomendação do Ministério Público atende aos interesses dos estudantes do curso de obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP Leste). Os formados só conseguem exercer a profissão com recursos na Justiça. O Coren/SP e o Cofen têm um prazo de 25 dias para informar se cumpriram a recomendação.
Segundo a resolução publicada pelo Cofen em abril, nos artigos 2º e 3º, “fica proibida a inscrição de portadores de diploma do curso de obstetriz nos Conselhos Regionais de Enfermagem do país, como enfermeiro, enfermeiro obstetriz ou simplesmente obstetriz, cuja grade curricular mínima à formação no curso de enfermeiro generalista não foi cumprida. Aos Conselhos Regionais de Enfermagem é vedado descumprir a presente Resolução, sob pena sujeição dos seus responsáveis, que deram causa à insurreição, às sanções estabelecidas nos regramentos internos deste Conselho Federal e adoção das demais medidas legais aplicáveis ao caso concreto”.
Na recomendação expedida pela procuradora Eugênia Augusta Gonzaga, o art. 6º da Lei nº 7.498/86 estabelece que é enfermeiro “o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei”. O Ministério Público entende que a tarefa de aferir a qualidade do curso cabe aos órgãos educacionais responsáveis, sendo ilegal negar o exercício da profissão ao titular do diploma de um curso autorizado e em regular funcionamento.
Ainda segundo o argumento do MP, “a base curricular deve ser definida pela instituição de ensino superior e cabe aos órgãos responsáveis autorizar e fiscalizar o funcionamento do curso. Os estudantes dos cursos para enfermeiros, obstetrizes e Enfermeira Obstétrica estão sob a mesma denominação genética de enfermeiros, mas atuarão em carreiras distintas, eliminando a necessidade de possuírem exatamente a mesma base curricular”.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Cofen e aguarda retorno. Em março, o órgão emitiu nota assinada pelo presidente Manoel Carlos Neri da Silva, na qual afirmava que o curso da USP “não preenche os requisitos legais para o exercício profissional da enfermagem”. Ainda segundo a nota, o Conselho Federal de Enfermagem, desde 2008 tem emitido pareceres repetidos indicando a impossibilidade de concessão de registro profissional aos egressos do curso de obstetrícia porque contraria as diretrizes curriculares para o curso de graduação em enfermagem.
Curso da USP oferece 60 vagas
O curso de Obstetrícia da EACH/USP tem cinco turmas de 60 alunos cada e duas já formadas. A graduação tem uma duração de quatro anos e meio e, em 1974, já sofreu com a extinção e a fusão à enfermagem – ressurgindo em 2005. Este ano, várias reuniões foram feitas para debater o tema, cogitando-se inclusive a possibilidade de fechar o curso. A Comissão de Graduação da USP Leste decidiu manter o curso no vestibular de 2012 com o mesmo número de vagas (60) e a mesma grade curricular.
A carreira é direcionada especificamente para a formação de obstetrizes - ou parteiras, como são popularmente conhecidas. Ocurso é voltado especificamente para o atendimento à mulher gestante, para que ela receba o acompanhamento adequado durante toda a gravidez, parto, e até 40 dias após o parto.

http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/06/mp-quer-que-orgaos-de-enfermagem-reconhecam-formados-em-obstetricia.html

MPF recomenda a conselho que registre formado em Obstetrícia como enfermeiro

Conselho Regional de Enfermagem de SP recusava registro de bacharéis em Obstetrícia formados na USP leste

O Ministério Público Federal em São Paulo recomendou ao Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) que considere como enfermeiros quem tem diploma de Obstetrícia e formou-se em cursos devidamente legalizados e reconhecidos pelos órgãos educacionais. Para isso, o MPF requer que o órgão revogue resolução que proibía a inscrição de obstetrizes nos conselhos regionais de Enfermagem.
Tudo começou após um inquérito civil público ser aberto após chegar ao conhecimento da Procuradoria da República em São Paulo que o Conselho Regional de Enfermagem (Coren/SP) estava indeferindo o registro de bacharéis em Obstetrícia aos formandos pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP).
De acordo com a recomendação expedida pela procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga, o art. 6º da Lei nº 7.498/86 estabelece que é enfermeiro “o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei”.
O Coren/SP e o Cofen têm um prazo de 25 dias para informar se cumpriram a recomendação.
A grade curricular foi alterada baseando-se no curso de enfermagem e o Coren/SP concordou em reconhecer como bacharéis os alunos que a cumprissem. No entanto, a decisão foi refutada pelo Cofen, que expediu a resolução nº 378 em 29 de abril de 2011, determinando que os conselhos regionais não aceitassem a inscrição de obstetrizes, independente da carga horária cumprida.
O MPF afirmou que entende que a tarefa de aferir a qualidade do curso cabe aos órgãos educacionais responsáveis, sendo ilegal negar o exercício da profissão ao titular do diploma de um curso autorizado e em regular funcionamento. O curso de Obstetrícia da EACH/USP foi reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação de São Paulo.
A base curricular deve ser definida pela instituição de ensino superior e cabe aos órgãos responsáveis autorizar e fiscalizar o funcionamento do curso. Os estudantes dos cursos para enfermeiros, obstetrizes e Enfermeira Obstétrica estão sob a mesma denominação genética de “enfermeiros”, mas atuarão em carreiras distintas, eliminando a necessidade de possuírem exatamente a mesma base curricular.
O curso de Obstetrícia da EACH/USP abriu sua primeira turma em 2008.

 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O parto das (os) Obstetrizes

Por Helena de Souza Marcon*


Dos Fatos

              O curso de Obstetrícia na unidade da USP, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, iniciou seus trabalhos no ano de 2005 junto a mais 9 (nove) cursos. Nos seus anos de funcionamento passou por algumas mudanças de grade curricular, contudo foi aprovado pelo Conselho Estadual de Educação.
              O curso forma obstetrizes, que são as profissionais responsáveis pelo parto e pelos cuidados à gestante, o que inclui o acompanhamento de todas as fases do ciclo gravídico-puerperal: pré-natal, parto e pós-parto. Sua formação se dá através de disciplinas teóricas divididas em três eixos: Bases Biológicas; Ciências Humanas, Sociais e da Saúde; e, Assistir, Cuidar e Gerenciar. Garantindo formação teórica e prática, com enfoque na humanização e valorização do parto normal. Nos países em que a carreira de obstetriz está mais consolidada, com intensivo apoio do Estado, os dados relativos à morbimortalidade do nascimento diminuíram significativamente, configurando assim uma fase crucial para o processo de transição demográfica.
             O Brasil tem apresentado dados preocupantes com relação à mortalidade neonatal e cuidados e assistência à gestante, pesquisa denominada de “Mulheres Brasileiras e gêneros nos espaços públicos e privado” realizada pela Fundação Perseu Abramo e pelo SESC, divulgada pela Folha, aponta que no mês de Agosto de 2010, em 25 Estados brasileiros, uma em cada quatro mulheres declararam ter sofrido algum tipo de abuso na hora do parto pelos profissionais da saúde. O quadro alarmante da saúde ressalta ainda mais o destaque das (os) obstetrizes para a melhoria dos serviços de atendimento do SUS.

             Por parte do Conselho Regional de Enfermagem (COREN), viu-se claramente uma recusa em registrar os egressos de Obstetrícia e também forte pressão para impedir os estágios e a atuação no campo profissional.

             Apesar de um acordo firmado no ano de 2010 com o COREN, que estabelecia o registro mediante alterações curriculares, no início de 2011 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) emitiu parecer indicando contrariedade ao registro das profissionais. O que fez com que o COREN voltasse atrás no acordo de registro para os egressos que realizassem complementação curricular conforme o acordado em 2010.

             Devido a um relatório apresentado pela unidade da USP, que sugestionava a alteração do curso para Enfermagem Obstétrica, ocorreu um forte movimento estudantil, de mães e de associações ligadas à causa para a manutenção do nome e da estrutura curricular do curso, entendendo que as alterações necessárias já haviam sido feitas no ano de 2010 e que a sugestão apresentada não refletia a verdade identidade do curso. Após várias manifestações, aprovou-se na Comissão de Graduação da Unidade que nenhuma mudança seria feita.

             Os alunos egressos que até o momento entraram com ação judicial, conseguiram o registro mediante mandado judicial e atualmente exercem normalmente a profissão, conforme previsto pela Lei nº 7.498, inciso II parágrafo único: a) assistência à parturiente e ao parto normal; b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico; c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando necessária.” E os alunos têm estagiado normalmente sob supervisão.

Do Direito
O artigo 2º da Lei nº 7.498, de 25 de Junho de 1986 estabelece que:
A enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas LEGALMENTE habilitadas e INSCRITAS no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício. (grifo meu)
             Se a habilitação legal das profissões se dá através dessa mesma lei em seu artigo 6º inciso II, dispõe que:
são enfermeiros: o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira (o) Obstétrica, conferido nos termos da lei;
            
             E o diploma de Obstetriz, por sua vez, é conferido pela Universidade de São Paulo, gozando de sua autonomia estabelecida pela Constituição Federal em seu artigo 207:
As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

             O curso deve ser legalmente também sujeito ao reconhecimento do Conselho Estadual de Educação segundo o inciso X do artigo 2º da Lei N.° 10.403, de 6 de Julho de 1971 que estabelece como competência do mesmo:
autorizar a instalação e o funcionamento de universidades estaduais e municipais ou mantidas por fundações ou associações instituídas pelo Poder Público estadual ou municipal; aprovar-lhes os estatutos e regimentos gerais e suas alterações; reconhecê-las e aos novos cursos que venham a ser por elas criados nas formas dos respectivos estatutos ou regimentos gerais;
           
             Neste caso, vemos um instrumento de proteção à sociedade, tal qual como o Conselho Regional e Federal de Enfermagem, se transformar em instrumento político que em detrimento da garantia de direitos fundamentais ao livre exercício do trabalho que atender as qualificações profissionais que a LEI estabelecer, como o disposto no inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal, acaba por defender seus próprios interesses de corporação.

             Para além da ilegalidade do COREN, em negar o direito ao registro profissional aos egressos do curso, ele ainda se torna inconstitucional ao julgar matéria que não é de sua competência, como a formação universitária garantida na forma da Constituição.

            Este caso exemplifica de maneira ilustrativa, o apresentado por Edson Nunes em “As Gramáticas Políticas do Brasil”, ao afirmar que o Corporativismo se fez muito presente no cenário político, e, portanto defini a prática recorrente como Gramática. Posso afirmar com clareza que o governo ao criar instrumentos de controle dos trabalhadores, no caso do Corporativismo, acaba por infringir Direitos, pois a instituição de tal prática em um Estado Democrático de Direito não respeita em nenhum momento a Constituição da República Federativa do Brasil, que está acima de qualquer outra lei no ordenamento jurídico.

              Vale ainda para expor o posicionamento da Universidade de São Paulo, perante as ações deste Conselho, que ao invés de fazer valer seus próprios direitos garantidos pela Constituição no âmbito da autonomia didático-científica prefere apresentar propostas de alterações que se submetam as pressões destes Conselhos. Ignorando dessa forma inclusive toda sua produção acadêmica, relativa à necessidade e relevância de profissionais que atuem especificamente na saúde da mulher.
               Com este artigo, pretendi apresentar de que maneira as articulações sociais acontecem, e que entre um assunto de tamanha importância para a saúde brasileira, podem se apresentar um jogo de forças políticas que não respeitam as leis estabelecidas. E que o problema do Brasil, não são as leis, na maioria das vezes, mas sim o cumprimento delas. E a melhor solução que se faça sempre valer a Constituição da República Federativa do Brasil, este caso pode nos guiar: participação e controle social!


*Helena de Souza Marcon
Estudante de Gestão de Políticas Públicas da EACH USP
Representante Discente
Diretora do Centro Acadêmico Herbert de Sousa

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Edital da Fuvest terá alerta em relação a curso de Obstetrícia

Ao lado de informação sobre a carreira, haverá um aviso de que o formado não tem garantia de registro profissional

Cinthia Rodrigues e Tatiana Klix, iG São Paulo | 07/06/2011 19:11

Após escapar da ameaça de fechamento no início do ano, o curso de Obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) será apresentado no manual do vestibular da Fuvest com um aviso de que não há garantia aos formados de certificação por nenhum conselho profissional. Por ano, são oferecidas 60 vagas na carreira na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each), a USP Leste.

Em março, o iG revelou que um relatório feito pelo ex-reitor da universidade Adolpho Melfi sugeria o corte de 300 vagas em todo o campus, incluindo todas as de Obstetrícia. O documento gerou protestos de alunos e professores que votaram pela manutenção da carreira.
Agora um aviso será incluído para que a instituição – única no Brasil que mantém o curso – não fique refém de processos judiciais. De acordo com comunicado da pró-reitora de Graduação, Telma Zorn, a explicação adicional foi um pedido do diretor da USP Leste, José Jorge Boueri, para atender a uma solicitação do Ministério Público, quando o Conselho de Enfermagem negou registro dos egressos de Obstetrícia.
Para a coordenadora do curso, Nádia Zanon Narchi, o adendo é justo, mas deveria incluir a informação de que, até agora, os formados ganharam na justiça direito a registro profissional. "Cabe recurso, mas no momento as duas turmas de formados têm mandado de segurança que lhes garante inscrição definitiva no conselho de enfermagem", explica.
Já a aluna Flavia Estevan acha que esta pode ser mais uma estratégia para esvaziar o curso e fechá-lo. “A tendência é que caia o número de inscritos e, em algum momento, eles fechem por falta de demanda”, opina. No último vestibular, 312 pessoas se inscreveram no vestibular para tentar uma vaga em Obstetrícia.
Agradecimento por "sacrifício" no interior
O comunicado da pró-reitora diz também que outra reunião do Conselho de Graduação será feita ainda em junho para resolver assuntos que, por causa da votação de mudanças no vestibular, ficaram pendentes.
Por último, Telma faz um agradecimento aos colegas que aprovaram as alterações na Fuvest que tornarão o processo mais seletivo e frisa o "sacrifício" das unidades do interior - onde é mais provável que sobrem vagas. "Sei que isso nos custou alguns sacrifícios, particularmente aos colegas dos campi do interior. Envio, particularmente a esses, o meu agradecimento."

quarta-feira, 13 de abril de 2011

I HAVE A DREAM EU TENHO UM SONHO

Poema criado por uma aluna do curso de Obstetrícia da USP e lido durante uma da manifestações.

Numa determinada época da história, um negro protestante desafiou uma nação opressora em prol de muitos outros negros que eram marginalizados, tenho seus direitos civis violados pelas autoridades.
Este homem foi Martin Luther King, que não titubeou em momento algum e levantou a voz diante da injustiça em defesa de sua classe e seus ideais dizendo “I Have a Dream”, “Eu tenho um Sonho”, o sonho de ver uma sociedade justa e igualitária.
E nas palavras dele eu me inspiro para dizer:
Minhas amigas (os), embora enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã:
Eu tenho um Sonho...
Que um dia este país viverá o verdadeiro significado da democracia.
Eu tenho um Sonho...
Que um dia este país deixará de ter taxas abusivas de cesáreas desnecessárias.
Eu tenho um Sonho...
Que um dia a lei do acompanhante saíra do papel e será respeitada seja no SUS como na Saúde privada.
Eu tenho um Sonho...
Que um dia os pais deixarão de serem apenas visita em nossas maternidades, e a presença dos homens passará a ser fundamental em todo o processo gestacional.
Eu tenho um Sonho...
Que a mortalidade materna e infantil provocadas por uma assistência obstétrica precária terá fim.
Eu tenho um Sonho...
Que um dia não haveremos mais de humanizar a assistência às mulheres, pois isto será a norma e não a exceção.
Eu tenho um Sonho...
Que um dia as mulheres poderão parir onde, como e com quem quiserem.
Eu tenho um Sonho...
Que um dia esta Universidade defenderá o nosso curso.
Eu tenho um Sonho...
Que um dia nossas autoridades lutarão pelos nossos interesses e não em causa própria.
Eu tenho um Sonho...
Que um dia as(os) obstetrizes formados neste curso deixarão de ser marginalizados e expulsos de seus locais de trabalho, mas serão reconhecidos por lutarem não em causa própria, mas em favor da causa se cada mulher que tem o direito de ter uma assistência de qualidade e de gestar e parir dignamente!
Eu tenho um Sonho...
Que um dia esta universidade, esta cidade e este país reconhecerão a dedicação e empenho dos docentes, alunos e obstetrizes formados neste curso para mudança da qualidade da assistência a gestação, parto e pós-parto dada as mulheres desta nação!


JULIANA FERREIRA
4º ANO DE OBSTERÍCIA
ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Fez Deus bem as parteiras” Ex 1:20

terça-feira, 12 de abril de 2011

Decisão da USP Leste foi vitória do movimento estudantil

http://ultimosegundo.ig.com.br/colunistas/mateusprado/decisao+da+usp+leste+foi+vitoria+do+movimento+estudantil/c1300049198330.html

Diante do risco do fechamento de vagas, alunos se organizaram rápido, protestaram, procuraram autoridades e conseguiram mantê-las

É hora de comemorar. A organização dos alunos da Escola de Artes Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (Each/USP Leste) depois do vazamento do relatório que aconselhava que a unidade cortasse 330 vagas de seus 10 cursos fez com que a idéia fosse deixada de lado pelo menos no próximo vestibular.

A USP sempre teve muita dificuldade para entender o significado de publicidade, um dos princípios que devem reger a administração pública, conforme prevê a nossa Constituição. Para a USP, ou ao menos para a sua reitoria, publicidade é informar a sociedade depois que as ações já estão efetivadas. Filio-me à visão de publicidade de Chico de Oliveira. Para o sociólogo, “dar publicidade” é tornar cada ato do governo o mais público possível. Isto inclui maximizar a possibilidade de participação do público (da sociedade).
Para maximizar a possibilidade de participação da sociedade, por exemplo, nas decisões da USP, é necessário que a sociedade saiba o que acontece em todas as fases de seus processos de decisão. A participação da sociedade é quase nula na USP. E sua reitoria acredita, realmente, que seus assuntos são internos, que não devem ser expostos ao povo, e menos ainda discutidos por ele.
O relatório Melphi, que propunha os cortes de vagas, vazou e chegou à sociedade através da equipe do IG Educação. Desde o primeiro momento, os dirigentes da USP insistiram que se tratava de assunto interno, como se a imprensa tivesse cometendo um crime em colocá-lo na pauta pública. Não estranho, o clima de medo entre professores e funcionários da Each/USP, muitos desinformados sobre o assunto.
Conversamos com alguns sobre o assunto e percebemos que a administração do diretor da Each (USP Leste) tensionava o clima e inibia a participação. Chegou-se ao ridículo de propor processos administrativos para militantes estudantis por causa de festas com cerveja. Claramente, desloca as discussões centrais, acua a crítica, esconde o dissenso e joga para a platéia.
Mesmo assim, tamanho era o absurdo do relatório, que sua comunidade de alunos não tolerou. Desde a publicação da notícia, ela fez de tudo para impedir que seu conteúdo se tornasse realidade. Os alunos fizeram manifestações, procuraram deputados, escreveram artigos, promoveram debates, criaram páginas na internet, propuseram soluções e chegaram até o governador do Estado.
O sucesso nas lutas estudantis não são frequentes. Em geral, são conquistadas em um espaço de tempo longo, sobretudo para uma geração que está em contato com a velocidade da Internet e das redes sociais. Por causa disto, muitos fogem da militância, não vendo nela nenhuma utilidade prática. Neste caso, tudo foi diferente. A rapidez dos alunos fez com que a questão fosse resolvida enquanto ainda era assunto da imprensa. E as ações, rápidas e em rede, fizeram com que o assunto se mantivesse na imprensa mais do que o tempo "útil" de uma notícia.
A melhor classificação para o movimento talvez seja a de um dirigente da USP que esteve na Assembléia Legislativa para tentar explicar o inexplicável. Foi um "Tsunami", de força avassaladora, que mesmo João Grandino Rodas, o reitor mais polêmico e com o projeto mais excludente que esta universidade teve nos últimos tempos, não teve coragem de enfrentá-lo.
Fica, a cada aluno que se mobilizou para impedir o corte de vagas e o fechamento de turmas, o reconhecimento e o sentimento de gratidão de parte da sociedade paulista. Aos que choraram assim que receberam a notícia de que seu curso seria fechado, e ligaram para pais, amigos e familiares, aos que procuraram as autoridades políticas, aos que forçaram o diálogo com a unidade e com universidade, aos que protestaram, aos que criaram e difundiram páginas e listas de assinaturas na Internet e aos que fincaram os pés na Comissão de Graduação, esta, cheia de insinuações de que a decisão deveria ser técnica e de que os alunos não deveriam "meter o bedelho".
A ação destes alunos da USP garantiu que alguns milhares de estudantes possam cursar a USP Leste nos próximos anos. Se ela impedir que o Rodas continue com sua política de acabar com os cursos de menor demanda, garantiu o futuro de dezenas de milhares. E se - tomara que sim - sensibilizou o governador para a necessidade de implantar uma política que amplie vagas nas três universidades estaduais, no mínimo na mesma proporção que cresce seus orçamentos, terá beneficiado centenas de milhares só nos próximos quinze anos. Vitoria! Vitoria!! Vitoria!!!

domingo, 10 de abril de 2011

USP Leste e o curso de obstetrícia

Desde que formou suas primeiras turmas de graduação, a partir de 2010, a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) - a USP Leste - vem enfrentando problemas com alguns cursos de caráter interdisciplinar, destinados a acompanhar a crescente diversificação das profissões. O caso mais grave é o do curso de obstetrícia, cujos formandos só estão conseguindo obter registro profissional por meio de liminares judiciais.
Criado em 2005, o curso é o único do País na área. Com duas turmas já formadas, ele oferece 330 vagas, tem duração de quatro anos e meio e forma especialistas capazes de "cuidar da saúde de gestantes, parturientes, puérperas, recém-nascidos e familiares". Mas, desde 2008, o Conselho Regional de Enfermagem se recusa a reconhecê-lo.
Nos últimos três anos, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) divulgou vários pareceres contrários à concessão de registro profissional para os obstetras formados pela EACH. A última manifestação da entidade ocorreu na semana passada. Segundo ela, a obstetrícia não é uma atividade profissional regulada por lei. O único dispositivo legal que estabelecia diretrizes para a profissão de "obstetriz" (sic) foi revogado há vários anos.
Por isso, os formandos de obstetrícia da USP Leste estão num limbo jurídico. Apesar de diplomados, não conseguem registro na área de sua formação, uma vez que, por falta de lei específica, não há um Conselho Federal de Obstetrícia. Por outro lado, a entidade mais próxima de seu campo de especialização - o Cofen - alega que o currículo da USP Leste não dedicou a necessária carga horária à enfermagem. Para o Cofen, os obstetras da USP Leste carecem de "formação completa". Já para os alunos, o curso os prepara para lidar não só com partos, "mas, também e igualmente, com processos emocionais, sociais, culturais e espirituais para um mundo melhor".
Dentro da USP, os órgãos colegiados começaram a debater uma ampla reforma curricular na EACH, para que ela possa "atender às demandas sociais, científicas e tecnológicas da sociedade". Nos escalões superiores da maior universidade brasileira, a ideia que vai predominando é a de incorporar a graduação em obstetrícia ao curso de enfermagem, sob a justificativa de que as duas áreas do conhecimento são convergentes. Alunos e professores de obstetrícia classificam a proposta como "saída covarde", acusando a cúpula da USP de ceder às pressões corporativas do Cofen. E, na EACH, a comissão de graduação decidiu manter as vagas previstas para obstetrícia no próximo vestibular.
"Se formos diluídos na enfermagem, não conseguiremos construir um campo de conhecimento próprio", diz a coordenadora do curso de obstetrícia, Nádia Narchi. Depois de várias passeatas para protestar contra uma eventual fusão, alunos e professores conseguiram o apoio do governador Geraldo Alckmin. Embora a direção da USP tenha distribuído nota alegando que a lei confere aos órgãos colegiados autonomia para fazer "a avaliação permanente da graduação" e que a revisão curricular dos cursos da EACH é um "processo natural", Alckmin afirmou que "a modernidade exige equipes multiprofissionais" e que, em matéria de saúde, nem tudo precisa ser feito por médicos. "Sou favorável à manutenção do curso", diz ele.
Esse embate revela os problemas que as universidades de ponta têm de enfrentar para se modernizar, criando cursos interdisciplinares. Os conselhos corporativos têm razão quando alegam que não podem conceder indiscriminadamente registros profissionais. Alunos e docentes de obstetrícia da EACH também estão certos quando afirmam que, se a USP puder oferecer somente cursos que os conselhos reconhecem, ela não conseguirá alargar as fronteiras do conhecimento e atender ao mercado de trabalho. O impasse não pode ser superado nem por critérios corporativos nem por injunções políticas. A solução deve sair de um amplo debate, no qual devem prevalecer as duas principais marcas da USP - a preocupação com o princípio do mérito e a prioridade para as transformações da tecnologia.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110410/not_imp704191,0.php

Comissão decide manter as vagas da USP Leste no vestibular 2012

Proposta de corte de 330 vagas foi rejeitada em reunião da EACH-USP.
Definição depende ainda de aprovação do Conselho da universidade.

do G1, em São Paulo
Protesto de alunas da USP Leste (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Protesto de alunas da USP Leste (Foto: Juliana
Cardilli/G1)
A Comissão de Graduação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) decidiu manter as 1.020 vagas oferecidas no vestibular 2012, assim como dar prosseguimento ao curso de obstetrícia da maneira como ele se encontra. Uma reunião encerrada na noite desta quinta-feira (7) concluiu que a universidade deverá seguir com a atual distribuição que existe entre os cursos. Não haverá remanejamento de vagas.
A decisão da comissão formada por docentes da EACH-USP agora será avaliada pela Congregação da USP Leste, órgão deliberativo superior da unidade. Esta, por sua vez, terá de encaminhar o documento para o Conselho de Graduação da USP, que dará a palavra final.
Ficou decidido também que a EACH-USP vai elaborar um documento em resposta ao relatório elaborado por um grupo de trabalho que cuida de revisão e remanejamento de vagas. O relatório, assinado pelo ex-reitor da USP, Adolpho Jose Melfi, concluiu que a USP Leste deveria fechar 330 das 1.050 vagas oferecidas no vestibular, e que o curso de obstetrícia (o único no país) deveria se fundir com o de enfermagem.
Cada comissão de coordenação de curso vai levantar os problemas de cada curso e vão analisar o que é possível mudar e o que não cabe de mudança na USP Leste. O curso de obstetrícia permanece para o vestibular de 2012 com o mesmo projeto político-pedagógico. Seguem as discussões com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren). Os órgãos não reconhecem a formação dos egressos de obstetrícia. A direção da EACH-USP propôs projeto para uma regulamentação específica para a carreira de obstetrícia.
O resultado da reunião foi muito comemorado por mais de 300 alunos que lotaram o auditório da USP Leste. Desde a divulgação do estudo que propunha a redução de vagas, estudantes do curso de obstetrícia promovem uma série de protestos contra o fechamento das vagas e a fusão com enfermagem.
Na segunda-feira (4), o diretor da EACH-USP, Jorge Boueri, garantiu em uma reunião com deputados estaduais a manutenção das 1.020 vagas da unidade e promoteu lutar pela permanência do curso de obstetrícia. Os formandos neste curso precisam de um certificado do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) para exercer a profissão. O Cofen, por sua vez, não reconhece a formação dos egressos de obstetrícia.

http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/04/comissao-decide-manter-vagas-da-usp-leste-no-vestibular-2012.html

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Filha de Ana Maria Braga relata como foi dar à luz em casa, sem uso de anestesiaDar à luz em casa, ao lado da família, e sem anestesia. Foi assim que Mariana Maffei Feola, de 28 anos, filha da apresentadora Ana Maria Braga, escolheu trazer a pequena Joana ao mundo, no último dia 3 de fevereiro, em São Paulo. A menina é fruto do casamento de Mariana com o corretor de imóveis Paschoal Feola, de 32. “Optei pelo parto em casa, sem intervenção médica. É uma experiência mágica para quem pode. Até porque, não é uma modalidade de parto para toda gestante. Existe todo um preparo psicológico e a gravidez deve ser de baixíssimo risco, como foi a minha”, contou Mariana ao UOL. Durante o trabalho de parto, que começou no dia anterior, a filha de Ana Maria Braga contou com a ajuda das parteiras Márcia Koiffman e Priscila Colacciopo e da doula Marcelly Ribeiro. Mariana explicou como funciona o trabalho da doula, que é uma assistente que dá apoio emocional à parturiente: “Fazia aulas de ioga com a Marcelly duas vezes por semana. No dia do parto, liguei para ela assim que a contração ficou mais forte. Durante o trabalho de parto, ela fez massagens na minha lombar e me indicou posturas para quando viessem as contrações”. * Arquivo pessoal Joana toma banho em um balde após nascer (3/2/2011) Para Mariana, além do auxílio das profissionais, foi ótimo ela ter se preparado psicológica e fisicamente no decorrer da gestação. “A preparação é importantíssima. Foi fundamental eu ter feito ioga. Fiquei mais saudável. E tem toda a questão da respiração que a ioga proporciona. Porque o parto natural é basicamente respirar profundamente”, explicou Mariana, admitindo que, apesar de ser calma, teve alguns momentos de descontrole durante o trabalho de parto. “Gritei, xinguei (risos). É uma prova de resistência. Tem horas em que a dor vai embora, mas depois volta. Você não sabe quando vai nascer”, contou. Mariana contou que, assim que começou a ter as primeiras contrações, chegou a ficar dentro de uma banheira. “Mas depois quis sair”, disse ela, lembrando que embora o trabalho de parto tenha durado a noite inteira, Joana nasceu rápido. “O período expulsivo foi muito rápido. Não tive nenhuma laceração no períneo. Foi fantástico”, afirmou ela, dizendo que no parto domiciliar, se necessário, há tempo de a parturiente ser removida para um hospital próximo. “É transformador segurar seu neném diretamente, na paz da sua casa”, elogiou. Após dar à luz Joana, Mariana contou que logo a amamentou. “A Joana mamou, tomou um banho de balde e foi acalmando. Depois também tomei banho”, acrescentou. A filha de Ana Maria Braga disse que ela e o marido quiseram plantar a placenta no quintal de sua casa. “Plantamos a placenta debaixo de uma ameixeira”, afirmou Mariana, que só disse à mãe que havia dado à luz depois do parto. “Avisei a meus pais só depois que a Joana nasceu. Minha mãe estava fora do Brasil, só chegou um dia depois. Foi uma explosão de alegria”, contou. Cocô no potinho Além de ter optado pelo parto domiciliar, Mariana também escolheu ter cuidados especiais com a pequena Joana. “Descobri umas fraldas de pano modernas, daquelas com calças plásticas acopladas, e resolvi usá-las na Joana. Achei legal a ideia de não usar fraldas descartáveis”, contou ela, que encomendou várias para a neném no exterior. O período expulsivo foi muito rápido. Não tive nenhuma laceração no períneo. Foi fantástico. É transformador segurar seu neném diretamente, na paz da sua casa Mariana Maffei, filha de Ana Maria Braga Na segunda semana de vida de Joana, contudo, Mariana disse que ela apareceu com uma assadura. “Estava muito quente e apareceram umas bolinhas nela. Então comecei a pesquisar o que poderia fazer para evitar isso e descobri a ‘evacuation communication’, que é a comunicação da evacuação. Ela é praticada de recém-nascido até a idade de 36 meses, quando a criança começa o treino para fazer xixi e cocô”, explicou ela, que, desde então, não usa mais fraldas em Joana. Mariana explicou que, quando está em casa, a neném fica o tempo inteiro sem fralda. “Eu a coloco para evacuar no potinho. E o xixi ela acorda e faz. Às vezes acontece de ela fazer xixi quando está tirando uma soneca. Mas ela nunca fica molhada”, garantiu Mariana, que também optou pela amamentação exclusiva até Joana completar seis meses de idade. A filha de Ana Maria Braga também contou que tem usado roupinhas que foram dela quando nasceu. “Quando estava com sete meses de gravidez, no Natal, minha mãe me deu uma malinha com várias roupas que foram minhas: a primeira roupinha da maternidade, casaquinhos, cueiros, sapatinhos. Uma coisa linda!”, declarou.

Dar à luz em casa, ao lado da família, e sem anestesia. Foi assim que Mariana Maffei Feola, de 28 anos, filha da apresentadora Ana Maria Braga, escolheu trazer a pequena Joana ao mundo, no último dia 3 de fevereiro, em São Paulo. A menina é fruto do casamento de Mariana com o corretor de imóveis Paschoal Feola, de 32. “Optei pelo parto em casa, sem intervenção médica. É uma experiência mágica para quem pode. Até porque, não é uma modalidade de parto para toda gestante. Existe todo um preparo psicológico e a gravidez deve ser de baixíssimo risco, como foi a minha”, contou Mariana ao UOL.
Durante o trabalho de parto, que começou no dia anterior, a filha de Ana Maria Braga contou com a ajuda das parteiras Márcia Koiffman e Priscila Colacciopo e da doula Marcelly Ribeiro. Mariana explicou como funciona o trabalho da doula, que é uma assistente que dá apoio emocional à parturiente: “Fazia aulas de ioga com a Marcelly duas vezes por semana. No dia do parto, liguei para ela assim que a contração ficou mais forte. Durante o trabalho de parto, ela fez massagens na minha lombar e me indicou posturas para quando viessem as contrações”.
  • Arquivo pessoal Joana toma banho em um balde após nascer (3/2/2011)
Para Mariana, além do auxílio das profissionais, foi ótimo ela ter se preparado psicológica e fisicamente no decorrer da gestação. “A preparação é importantíssima. Foi fundamental eu ter feito ioga. Fiquei mais saudável. E tem toda a questão da respiração que a ioga proporciona. Porque o parto natural é basicamente respirar profundamente”, explicou Mariana, admitindo que, apesar de ser calma, teve alguns momentos de descontrole durante o trabalho de parto. “Gritei, xinguei (risos). É uma prova de resistência. Tem horas em que a dor vai embora, mas depois volta. Você não sabe quando vai nascer”, contou.
Mariana contou que, assim que começou a ter as primeiras contrações, chegou a ficar dentro de uma banheira. “Mas depois quis sair”, disse ela, lembrando que embora o trabalho de parto tenha durado a noite inteira, Joana nasceu rápido. “O período expulsivo foi muito rápido. Não tive nenhuma laceração no períneo. Foi fantástico”, afirmou ela, dizendo que no parto domiciliar, se necessário, há tempo de a parturiente ser removida para um hospital próximo. “É transformador segurar seu neném diretamente, na paz da sua casa”, elogiou.
Após dar à luz Joana, Mariana contou que logo a amamentou. “A Joana mamou, tomou um banho de balde e foi acalmando. Depois também tomei banho”, acrescentou. A filha de Ana Maria Braga disse que ela e o marido quiseram plantar a placenta no quintal de sua casa. “Plantamos a placenta debaixo de uma ameixeira”, afirmou Mariana, que só disse à mãe que havia dado à luz depois do parto. “Avisei a meus pais só depois que a Joana nasceu. Minha mãe estava fora do Brasil, só chegou um dia depois. Foi uma explosão de alegria”, contou.
Cocô no potinho
Além de ter optado pelo parto domiciliar, Mariana também escolheu ter cuidados especiais com a pequena Joana. “Descobri umas fraldas de pano modernas, daquelas com calças plásticas acopladas, e resolvi usá-las na Joana. Achei legal a ideia de não usar fraldas descartáveis”, contou ela, que encomendou várias para a neném no exterior.
Na segunda semana de vida de Joana, contudo, Mariana disse que ela apareceu com uma assadura. “Estava muito quente e apareceram umas bolinhas nela. Então comecei a pesquisar o que poderia fazer para evitar isso e descobri a ‘evacuation communication’, que é a comunicação da evacuação. Ela é praticada de recém-nascido até a idade de 36 meses, quando a criança começa o treino para fazer xixi e cocô”, explicou ela, que, desde então, não usa mais fraldas em Joana.
Mariana explicou que, quando está em casa, a neném fica o tempo inteiro sem fralda. “Eu a coloco para evacuar no potinho. E o xixi ela acorda e faz. Às vezes acontece de ela fazer xixi quando está tirando uma soneca. Mas ela nunca fica molhada”, garantiu Mariana, que também optou pela amamentação exclusiva até Joana completar seis meses de idade.
A filha de Ana Maria Braga também contou que tem usado roupinhas que foram dela quando nasceu. “Quando estava com sete meses de gravidez, no Natal, minha mãe me deu uma malinha com várias roupas que foram minhas: a primeira roupinha da maternidade, casaquinhos, cueiros, sapatinhos. Uma coisa linda!”, declarou.

http://celebridades.uol.com.br/ultnot/2011/04/06/filha-de-ana-maria-braga-fala-sobre-os-beneficios-do-parto-domiciliar.jhtm

sábado, 2 de abril de 2011

Dor de parto é ironizada nas maternidades

Pesquisa mostra que 23% das mulheres sentiram-se humilhadas na hora de dar à luz
Fernanda Aranda, iG São Paulo | 24/02/2011 20:03
Um sintoma considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos sinais vitais do paciente é ironizado pelas equipes médicas que atuam nas maternidades do País.
Pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Sesc, entrevistou 2.365 mulheres de todo território nacional e identificou os maus tratos sofridos pelas gestantes na hora do parto.
Entre as grávidas pesquisadas, 23% afirmaram ter sofrido humilhações no momento de dar à luz. Estas sensações foram vivenciadas por meio das frases ditas por médicos e enfermeiros sobre a dor enfrentada por elas durante as contrações e na hora de parir.
Os achados divulgados nesta quinta-feira, dia 24, indicam que 15% das grávidas participantes do estudo ouviram a frase “não chora não que no ano que vem você está aqui de novo”. Além desta, 14% das gestantes ainda tiveram que engolir a seco o questionamento “na hora de fazer não chorou. Não chamou a mamãe, por que está chorando agora?”. Os maus tratos contra as grávidas também foram expressados pela sentença ouvida por 6% delas: “se gritar, eu paro que estou fazendo. Não vou te atender. Por fim, conforme mostra a pesquisa, 5% das futuras mães ouviram a frase “se ficar gritando, vai fazer mal para o seu neném. Seu neném vai nascer surdo.”
Grávida de sete meses, a anestesiologista expert em dor, Fabíola Peixoto Minson, "ficou arrepiada" só de ouvir os dados do levantamento. Médica coordenadora da Sociedade Brasileira de Estudos para Dor, do Centro Integrado de Estudos da Dor e do Grupo de Dor do Hospital Albert Einstein, ela lamenta que parte dos profissionais de saúde ainda esteja desprepara e subvaloriza um sintoma tão importante como a dor.
Leia a entrevista a seguir
iG: Os dados desta pesquisa podem ser interpretados de que forma?
Fabíola: Sabemos que a dor faz parte do parto, mas isso não significa que ela tem de ser considerada normal pela equipe médica. De forma nenhuma a dor deve ser subvalorizada ou negligenciada. Pelo contrário. Existe uma série de mecanismos para aliviá-la que deveriam ser adotados em um momento tão especial como o parto.
iG: Esta forma de encarar a dor das pacientes pode acarretar que tipo de consequência?
Fabíola: Os problemas são muitos. Ansiedade, depressão, sem contar que o paciente sente-se desacreditado. Por isso é tão importante que as equipes sejam capacitadas para acolher as pessoas com dor. Para a dor existir basta que o paciente a sinta. O profissional de saúde deve acolher este sintoma e nunca julgá-lo.
iG: O Brasil vive hoje uma epidemia de partos cesáreas, segundo classifica o próprio Conselho Federal de Medicina. Além da postura de alguns obstetras, que muitas vezes conduzem a futura mãe para um parto com hora marcada, as mulheres afirmam que o medo da dor também afasta esta oportunidade. É possível tratar a dor do parto normal?
Fabíola: Sim, as possibilidades são muitas. Existem técnicas de relaxamento, de respiração e de massagem que contribuem para este fim. Além disso, a própria analgesia contribui para o alívio da dor, feita de forma individual. Muitas mulheres acreditam que parto normal não pode ter anestesia. Isto é um mito.
iG: Os dados do estudo sugerem que a dor do parto é encarada como frescura ou fraqueza. O que dizer para as pessoas que enxergam a dor desta forma?
Fabíola: A dor é um limiar que precisa ser respeitado, já que é considerada o 5º sinal vital do paciente. Da mesma forma que a respiração é monitorada constantemente, a pressão arterial sempre é checada, a dor do paciente, uma sensação individual, tem de ser monitorada. A compreensão é só o ponto de partida, já que este é um sinal físico e emocional. Normalmente quem subvaloriza a dor, quando enfrenta uma, muda de postura. 

Dilma defende parto normal e diz que tem 'compromisso' com o SUS

Presidenta participou de lançamento de programa de assistência às grávidas em Belo Horizonte, em Minas Gerais
Denise Motta, iG Minas Gerais | 28/03/2011 15:42 
A presidenta Dilma Rousseff (PT) defendeu o parto normal nesta segunda-feira em Belo Horizonte, durante solenidade de lançamento da Rede Cegonha, programa de assistência às grávidas. “Faz diferença fazer cesariana porque paga mais e fazer parto normal, porque é melhor para a mãe e a criança”, discursou Dilma.
A presidenta ainda comprometeu-se em transformar o Sistema Único de Saúde (SUS) em um serviço de alta qualidade, o que representaria um “passaporte para o futuro” para o País. De acordo com ela, a desigualdade é mais perversa na área da saúde e seu governo não irá compactuar com a miséria e a pobreza. “Esse compromisso não renunciarei. Precisamos que o SUS funcione”.
Dilma também destacou as críticas que recebe servem para fazer seu governo evoluir. “Aqueles que acham que atingiram um mundo perfeito nunca melhoram”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em discurso, lembrou que entre os desafios da gestão Dilma está a diminuição da violência no atendimento do SUS. Padilha disse que pesquisa indica que 27% das grávidas relatam este problema
O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), passou por uma saia justa durante o lançamento do programa Rede Cegonha. Ele estava sentado ao lado da presidenta quando foi chamado para discursar. Servidores públicos vaiaram o tucano e também se manifestaram com gritos quando o governador disse, no discurso, que sua mãe é professora pública do Estado.
Servidores públicos presentes no auditório do Grande Teatro, local do evento, tentaram interromper também o ministro Alexandre Padilha durante seu discurso a respeito do Rede Cegonha. O funcionalismo pede melhorias nas condições de trabalho. “Mulher que cuida também precisa de cuidado”, gritou uma mulher na plateia.
No ano passado, o funcionalismo público mineiro fez diversas manifestações por reajustes salariais e melhorias nas condições de trabalho. Durante a campanha eleitoral, o tucano prometeu rever a situação, mas até agora nenhuma medida foi anunciada. Delegados de Minas fazem manifestações hoje em Belo Horizonte por melhorias nos salários e nas condições de trabalho.
Participam do evento, além de Dilma, Padilha e Anastasia, a ministra-chefe da secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a secretária especial das Mulheres, Iriny Lopes, e o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e cerca de 30 deputados federais e estaduais de Minas ocuparam o palco. Nenhum dos senadores de Minas (Aécio Neves - PSDB, Itamar Franco - PPS, Clésio Andrade - PR) compareceu ao evento.
Protesto no aeroporto
Dilma desembarcou na base aérea da Pampulha por volta de 11h e foi recepcionada pelo governador, prefeito da capital e deputados. Chamou atenção uma faixa na qual se lia: “Dilma: Minas merece respeito. Newton Cardoso”. Cardoso atualmente é deputado federal pelo PMDB e já foi governador de Minas. O iG entrou em contato com ele, que negou autoria.
“Estou sabendo agora”. Cardoso disse que acionará a Polícia Federal para apurar o caso, considerado por ele como gravíssimo, porque ele é vice-líder do governo.
 

Uma em três mulheres dá à luz sem ajuda especializada

Relatório feito pela ONG britânica Save the Children estima em 48 milhões de mulheres sem assistência
O relatório estima que, se houvesse mais 350 mil parteiras no mundo, elas poderiam salvar a vida de 1 milhão de bebês anualmente.
Enquanto na Grã-Bretanha apenas 1% das crianças nasce sem que o parto seja assistido por especialistas, essa porcentagem sobe para 94 na Etiópia e para 76 em Bangladesh.
“Não deveria ser algo complicado: alguém que saiba como secar o bebê corretamente e a ajudá-lo a respirar pode fazer a diferença entre sua vida e morte”, diz Justin Forsyth, executivo-chefe da Save the Children.
A ONG cobra ações da ONU e de governos doadores a países subdesenvolvidos, pedindo que apoiem e financiem o treinamento de mais parteiras.
Segundo o relatório, a asfixia ao nascer é responsável por mais mortes de bebês do que a malária. “Com treinamento e equipamentos corretos, parteiras podem monitorar a frequência cardíaca do feto e identificar problemas durante o parto”, diz o texto.
No total, a Save the Children calcula em 48 milhões o número de mulheres que, anualmente, dão à luz sem auxílio adequado, aumentando os riscos de morte tanto da mãe quanto do recém-nascido.
O Brasil não é citado pelo relatório.
Afeganistão
O Afeganistão é apontado como o pior país do mundo para se ter um bebê, segundo a ONG britânica. Ali, a taxa de mortalidade infantil é de 52 a cada mil nascimentos vivos (no Brasil, essa taxa é de 19,88), e 20% das crianças morrem antes de completar cinco anos.
Muitas dessas mortes são ocasionadas por práticas tribais, como colocar recém-nascidos no chão – o que traz risco de infecções – para espantar maus espíritos.
Mas, ao mesmo tempo, o correspondente da BBC em Cabul Paul Wood relata algumas pequenas melhorias no país, como o treinamento de 2,4 mil parteiras desde 2002 e o aumento no número de partos assistidos nas zonas rurais.
Um exemplo tanto dos flagelos quanto dos avanços do país é Rogul, 35, uma afegã da província de Cabul que disse à BBC que já passou por oito partos prematuros e perdeu todos os bebês.
Sua nona gravidez foi até o fim, mas a criança morreu um dia depois de nascer. Desde então, ela fez um curso para se tornar uma parteira e, agora, além de ter conseguido ter filhos, ensina práticas de saúde e higiene para outras afegãs.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Conselho Federal de Enfermagem mantém decisão de não registrar formandos de obstetrícia

Estudantes exigem a manutenção do curso desvinculado da graduação de enfermagem
Estudantes exigem a manutenção do curso desvinculado da graduação de enfermagem. Foto: Caio Buni/Futura Press
 
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) divulgou nota na última quarta-feira comentando as reivindicações dos alunos do curso de Obstetrícia do Campus leste da Universidade de São Paulo. Desde a divulgação e um estudo que prevê a anexação do curso á graduação de enfermagem, o registro dos formandos em obstetrícia tem gerado polêmica.

De acordo com o Conselho, a decisão não conceder o registro profissional aos formandos foi aprovado por unanimidade durante votação dentro do Cofen por preencher os requisitos legais para o exercício profissional da enfermagem. Em nota, o Cofen também ressalta a falta de regulamentação profissional para a profissão.

Já os estudantes de Obstetrícia, que exigem a manutenção do curso separado da graduação de enfermagem afirmam que não desejam ser enfermeiros. De acordo com Marina Barreto Alvarenga, da Associação Obstetrícia da USP, a profissão está desvinculada do exercício da enfermagem e é de fundamental importância para a saúde da mulher. “Gravidez não é doença. Nenhuma mulher tem que morrer dando à luz”, afirma.


http://www.band.com.br/jornalismo/educacao/conteudo.asp?ID=100000416141 

Porque ser obstetriz

Porque obstetriz, ou, O que você tem a ver com isso?
Entenda a opção pela obstetrícia. E se puder, apóie a causa.

Meu nome é Ana Cristina Duarte. Coordeno no GAMA - Grupo de Apoio à
Maternidade Ativa (www.maternidadeativa.com.br).

Sou obstetriz formada pela USP-EACH.

Quando decidi me dedicar ao atendimento de mães e bebês, já casada, dois
filhos, vida estabilizada, eu poderia ter trilhado qualquer caminho que
quisesse, qualquer carreira. Mas eu esperei por alguns anos, perseguindo
a Profª Dulce Gualda em todos os eventos de Humanização para saber
quando sairia o prometido curso de obstetrícia da USP. No tempo em que
esperei o curso sair, eu poderia já ter completado um curso de
enfermagem! Mais dois semestres e algumas horas de estágio, eu já
poderia ser enfermeira obstetra. Mas não era o meu sonho. Eu não me via
como enfermeira, eu não queria estudar doenças, hospitais, cuidado com
idosos, crianças, UTI, procedimentos, cardiologia, oncologia,
sistematização do processo de cuidar, antes de me dedicar à minha paixão.

Eu queria estudar a mulher, seus processos, a gravidez, seus partos,
seus bebês. Eu queria reinventar o cuidado na gravidez, parto e
pós-parto. Eu queria pensar em como cuidar da mesma mulher desde o
resultado do exame de gravidez, até ela estar amamentando seu bebê. Eu
queria estar com ela desde o início, até o fim do processo. Com a mesma
mulher, na sua família, na sua casa, no seu contexto social, emocional,
afetivo. Eu me via assim, parteira. Eu não me via assim, antes
enfermeira, depois especialista. Questão de identidade pessoal com uma
carreira que já existe internacionalmente e já existiu no Brasil!

Quando o curso saiu para o vestibular de 2005, eu devo ter sido a
primeira a me inscrever! Foram quatro anos de dedicação. Quatro anos
estudando tudo o que se refere à mulher, nesta fase da vida. Tínhamos na
ponta da língua tudo o que era normal e o que era anormal. Normal na
média, normal fora da média, anormal. Exames, diagnósticos, sintomas.
Equipe multidisciplinar, UBS, alto risco, baixo risco. Fisiologia,
anatomia, nutrição, sociologia, psicologia. Mecanismos do parto,
manobras, posições, apresentações, distocias, eutocia. Intervenções,
estatísticas, saúde pública e privada. Filmes de parto entre técnicas de
esterilização. Parto na água entre elaborações de escala.

Sacolejando em trens ou parados na Marginal Tietê ao final de um dia
cansativo, nós sobrevivemos a quatro anos de intenso treinamento focado
na assistência humanizada, segura e baseada em evidências no ciclo da
gravidez, parto e puerpério.

Foram quatro intensos e difíceis semestres de estágio, porque ainda não
existem campos de estágio onde a mulher seja vista e tratada como nós,
alunos, havíamos aprendido na escola. Mas ainda assim pudemos atender
muitos partos, consultas de pré natal, consultas de pós parto, em
ambulatório e domicílio. Massagem nas costas e partograma, palavras de
incentivo, acocorar no banheiro, abraçar, controlar a dinâmica e o
gotejamento (desse não pudemos escapar). Proteção do períneo,
clampeamento tardio (quando conseguíamos), contato pele-a-pele (quando
transgredíamos).

Tivemos um excelente curso, que certamente poderia ser melhor (tudo pode
ser sempre melhor) e que desde então vem sendo melhorado ano a ano, com
novas disciplinas, reestruturação da grade, adaptação a exigências.
Formamo-nos obstetrizes competentes e sedentos por trabalhar na
assistência. Não queremos ser enfermeiros, nem médicos, nem psicólogos.
Queremos trabalhar na assistência à saúde da mulher durante a gravidez,
parto e puerpério. Apenas obstetrizes, como existem em todo o mundo sob
os curiosos nomes de sage-femme, midwife, matrona, partera, hebamme,
ostetrica, obstetrix, llevadora. Não estamos reinventando a roda e não
negamos a importância de todas as outras profissões que existem.

Quero apenas continuar fazendo o que amo: assistência dentro de equipe
multidisciplinar, com parceiros obstetras, psicólogos, enfermeiros,
fisioterapeutas, doulas, educadoras, pediatras e muitos outros. Quero
continuar parceira respeitosa e privilegiada desses maravilhosos médicos
e enfermeiras obstetras que têm nos dado os braços nessa longa jornada
pela melhoria da assistência à saúde no Brasil. Mas não quero ser
enfermeira nem médica. Eu sou obstetriz.

Neste momento o primeiro e único (por enquanto) curso de formação de
obstetrizes do país está sob ameaça. A USP pretende encerrar as vagas
para a carreira já no próximo ano. A justificativa é que o COFEN
(Conselho Federal de Enfermeiros) não nos reconhece como enfermeiros
(que não queremos ser), bem como não mais reconhece a profissão
obstetriz, apesar dela ser mais antiga que a enfermagem obstétrica. A
proposta oficial da USP é "Fundir o curso de obstetrícia com a
enfermagem", ou seja, aumentar um pouco o número de vagas para
Enfermagem no vestibular e extinguir de vez a Obstetrícia.

Esse é o começo do fim. Sem vagas, sem alunos. Sem alunos, sem curso.
Sem curso, sem carreira. Sem carreira, sem obstetrizes. Mesmo as que
existem serão como solitárias andorinhas voando sem um bando. Sem fazer
verão. Sem mudanças no cenário. Continuaremos como era antes, o que não
era nada bom. Para impedir que isso aconteça, é necessária muita pressão
da sociedade e é isso que estamos tentando fazer. Para isso peço sua
ajuda neste momento.

Assinando nossa petição, manifestando nela a sua opinião, vamos
mostrando que o curso não é uma manifestação de 250 alunos e 150
obstetrizes formados. Não estamos falando mais de um vestibular, nem de
alguns formados a procurarem uma nova carreira. Assinando e manifestando
repulsa a essa amputação proposta pela USP, mostramos que o curso e seu
ideário são uma manifestação da sociedade por um mundo melhor, por uma
forma diferente e justa de se gestar, nascer, dar à luz e amamentar seus
filhos, que seja acessível a todas as mulheres. A obstetrícia não diz
respeito a obstetrizes, enfermeiros, médicos, USP, CFM ou COFEN. A
obstetrícia diz respeito à vida de todos e ao futuro dos nossos filhos.

Para assinar nossa petição: clique em
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/8452
Basta nome e RG, mas você também pode deixar uma mensagem de apoio. Não
precisa preencher os outros dados.
Assinaturas já recolhidas (7800 na última visita):
http://www.abaixoassinado.org/assinaturas/abaixoassinado/8452/?show=500


Grata pela colaboração! E assine a petição, clicando aqui:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/8452

Ana Cristina Duarte
Obstetriz
GAMA

terça-feira, 29 de março de 2011

CARTA DE APOIO AO CURSO DE OBSTETRÍCIA DA EACH-USP

 Carta Aberta em apoio ao curso de Obstetrícia, redigida e compartilhada na web e redes sociais, c/ assinaturas de outros veículos de comunicação virtuais, entidades e apoiadores da causa, pelo direito de partejar e nascer c/ respeito!
 
Nós, mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), mães, profissionais das mais variadas áreas e entidades afins declaramos nosso apoio ao Curso de Obstetrícia da Escola de Artes e Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo – EACH-USP, que terá seu número de vagas reduzido e corre o risco, inclusive, de ser fechado, visto que o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) não reconhece a categoria e a USP por pressão e intimidação se posicionou em seu Relatório Estudos das Potencialidades, Revisão e Remanejamento de Vagas nos Cursos de Graduação da Escola de Artes e Ciências e Humanidades da USP considerando reduzir mais de 300 vagas, de diversos cursos. Com indignação clamamos e lutamos contra esta ação, visto que o curso é o único no País a formar obstetrizes centradas nos cuidados integrais relacionados à saúde da mulher, especialmente em um momento único como o parto e nascimento de um filho, que é visto pelos atuantes deste ofício como algo fisiológico, próprio do corpo feminino, tendo a mulher como protagonista. Uma formação desta magnitude é uma inovação, dado que o Brasil apresenta elevadas taxas de cesarianas eletivas, alcançado patamares como o 2º. País com os mais altos índices, seja no sistema público de saúde (cerca de 45%), ou no privado (cerca de 90%), mesmo a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar um percentual de 15%, assim uma profissão centrada nas especificidades que uma gestante necessita é um ganho para a sociedade e para as futuras gerações, além do mais que já é uma vitória ter o Curso de Obstetrícia reaberto após 30 anos de sua exclusão, ocasionando cenários de violência institucional no atendimento ao parto e nascimento em várias regiões brasileiras, tratando os corpos femininos como templos do saber médico. Pela continuidade do Curso de Obstetrícia da EACH-USP, pelo reconhecimento de nossas obstetrizes e pela arte de partejar! 
 
Abaixo-assinamos, Nome das entidades/grupos/coletivos/sites/blogs:
- Blog A Bolsa da Doula - Patrícia Merlin Aldeia Materna

- Blog Buena LecheCláudia Rodrigues
- Blog Parir é Natural - Carla Andreucci Polido 
- Blog Parto no BrasilAna Carolina A. Franzon & Bianca Lanu 
- Blog Mamãe Antenada - Pérola B. 
- Blog Mães Empreendedoras - Vanessa Rosa 
- Blog MaternAtiva - Denise Cardoso 
- ciadasmães - Gesta Paraná - Patrícia Merlin 
- Grupo Curumim - Paula Vianna - Hugo Sabatino 
- Kika de Pano - Bruna Leite - Mamíferas 
- Kalu Brum Umbiguinho Slings  
- What Mommy NeedsCarolina Pombo 
- Yoga para Gestantes - Anne Sobotta

As razões do COFEN

Mensagem recebida do REHUNA, por Ricardo Jones

Podem-se entender as razões do COFEN para tentar eliminar o curso de
obstetrizes da USP?

É possível tentar entender os conflitos que observamos nesta questão
sem sucumbir aos ape­los sedutores do maniqueísmo?

Eu acredito que sim, desde que entendamos o quê realmente representam
estas entidades.

O COFEN, assim como o CFM, são órgãos da corporação. Foram criados
para proteger as conquistas destas atividades na sociedade. Mais
ainda: são entidades sustentadas pelos com­ponentes desta corporação,
que os elegem para proteger seus direitos e privilégios.

Em outras palavras: o COFEN não é um instrumento da sociedade para
regular a enferma­gem, tanto quanto o CFM não foi criado pela
sociedade para regular e proteger a atividade médica. Estas entidades
são órgãos corporativos, que são criações das próprias corporações
para defender, respectivamente, a enfermagem e a medicina.

Falando da medicina, que é o que conheço por dentro, quando o CFM
condena um médico não o está fazendo para proteger os pacientes, e nem
para proteger a excelência e a qualidade dos atendimentos, mas para
proteger os MÉDICOS. Para o CFM um mau médico atrapalha a ima­gem que
a sociedade tem da medicina e diminui o valor social da corporação.
Não cabe ao CFM proteger a população, defender uma medicina baseada e
centrada em evidências, melho­rar as condições de saúde das pessoas ou
criar espaço para uma medicina mais humanizada. Isto NÃO É a função
precípua de um conselho (mesmo que esta seja a idéia vendida para
nós). Esta se limita a proteção da medicina, seus pres­supostos
éticos, e a defesa do médico. Isso explica, por exemplo, porque o CRM
nunca move uma palha para criticar o excesso de cesarianas.
Entretanto, médicos que trabalham estritamente dentro dos protocolos
da OMS correm perigo, porque agridem os privilé­gios duramente
conquistados pela categoria. Ele incomoda sua própria corporação,
portanto é herético, não importa que benefício ele possa oferecer aos
pacientes.

Vejam bem. Com isso não estou criticando a medicina e nem os conselhos
médicos, tanto os CRMs quanto o CFM. Apenas quero mostrar que o
trabalho destas instâncias é a prote­ção da medicina e não a proteção
dos pacientes. E acho que este trabalho precisa ser feito mesmo, pois
que sem ele os médicos ficariam desprotegidos diante de uma sociedade
sensaciona­lista e que busca resultados positivos sempre, anestesiada
que está por uma cultura que miti­fica a tecnologia e promete a
redenção através do acesso a ela.

Com o conselho de enfermagem, e de qualquer outra corporação, ocorre o mesmo.

O COFEN é o "cão de guarda" da enfermagem, e esta visão não é
diminutiva; pelo contrário, mostra a verdadeira vocação deste órgão,
que procura defender as conquistas e as prerrogati­vas da profissão.
Está sempre a postos para defender quando a enfermagem está sob
ame­aça. Quando um grupo de profissionais, como as obstetrizes, ameaça
os domínios das enfer­meiras, este mecanismo de defesa é
automaticamente acionado. É o mesmo efeito observado pelos CRMs em
relação às Casas de Parto. O domínio do parto é médico (mesmo que uma
enfermeira o realize, um médico será o responsável em última
instância), e quando um estabelecimento determina a autonomia das
enfermeiras na sua condução o sinal vermelho acende. PERIGO. Elementos
estranhos invadem o flanco esquerdo das torres do castelo.
Imediatamente é acionado o sis­tema de proteção.

Algumas enfermeiras vivenciam agora o MESMO fenômeno que eu passei
quando da luta pela manutenção das Casas de Parto: o constrangimento
de lutar por uma visão democrática, aberta e plural para a assistência
ao nascimento, ao mesmo tempo em que sua categoria de­saprovava a
mesma idéia, preconizando um fechamento exclusivista. É necessária uma
visão mais abrangente para se posicionar e para, enfim, lutar.

Ao mesmo tempo em que entendo a posição do COFEN (e também do CFM) eu
também percebo que as decisões sobre esta questão devem estar ACIMA
das posições parciais destas entida­des. É um gigantesco equívoco
confundir a vocação legítima destes conselhos em proteger as suas
corporações com a necessidade de proteger a SOCIEDADE. Este necessário
resguardo da sociedade cabe aos níveis mais altos da política; são
decisões que precisam levar em consideração a complexidade da
estrutura social, acima dos desejos e aspirações de grupos. Quando
percebemos esta dicotomia, faz-se necessário posicionar-se de forma
corajosa e determinada. Se a visão for centrada nas necessidades da
sua própria profissão, a escolha pela posição do conselho de
enfermagem é natural e coerente. Entretanto, se desejamos o
fortalecimento das idéias de humanização do nascimento, o esforço pela
manutenção de uma escola de parteria, desvincu­lada das escolas
tradicionalmente “medicalizadas” de assistência ao parto (a medicina e
a en­fermagem), é a escolha mais sensata e correta.

As obstetrizes incomodam, pela sua liberdade e autonomia, as escolas
tradicionais. Entretanto, eu creio que elas podem dar uma enorme
contribuição ao debate da assistência ao nascimento humano.

Elas podem virar esse jogo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Órgão de enfermagem: mudança de obstetrícia da USP é quase certa

Presidente do conselho disse que negociação com universidade está "em 9, em uma escala de 1 a 10"

Cinthia Rodrigues, iG São Paulo
O Conselho de Enfermagem (Coren) de São Paulo informou a representantes do curso de obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) que as negociações para adequação da carreira à enfermagem estão adiantadas. “Estamos em 9, em uma escala de 1 a 10”, disse o presidente do órgão, Cláudio Porto, em uma reunião na sede da entidade para responder a dúvidas de alunos e professores.


Um dos protestos pela decisão de fundir curso com enfermagem Foto: AE
A fusão do curso de obstetrícia com enfermagem, proposta no relatório que sugere o corte de 330 das 1.020 vagas da USP Leste, é motivo de protestos há uma semana. O documento fala da baixa demanda pela carreira no vestibular e da dificuldade em conseguir credenciamento em um órgão profissional – apenas alguns formados conseguiram certificação por meio de decisões judiciais.
Na próxima semana, a Comissão de Graduação da unidade vota se suspende ou não o curso do vestibular 2012. “Vamos avaliar as mudanças propostas pelo relatório em geral, mas temos pressa de decidir o caso de obstetrícia, que é mais urgente”, disse a presidente da Comissão de Graduação da unidade, Mônica Sanches Yassuda, explicando que todos os cursos têm representantes no conselho que contam também com dois alunos.
A USP já apresentou ao Coren duas propostas de adequação do curso de obstetrícia para que os formados pudessem ser credenciados pelo órgão. Ambas foram negadas por tratar apenas da saúde da mulher. “Estamos quase nos acertando, falta apenas a USP apresentar uma proposta de adequação do curso que inclua o cuidado do ser humano, do adolescente, da criança e do idoso. Falta 25% ou 30% da formação de enfermeiro para quem fez obstetrícia”, disse Porto.
Neste caso, alunos e profissionais já formados fariam um ano a mais de aulas e seriam enfermeiros com ênfase em obstetrícia. “É impossível ser obstetriz e ter uma carteirinha de enfermeiro o que vocês podem é decidir que serão obstetrizes e não terão certificação ou brigar na justiça, mas vamos recorrer até a última instância”, disse o assessor legislativo do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Luiz Gustavo Muglia.
Diretor diz apoiará decisão de alunas
Na sexta-feira passada, o diretor da USP Leste, Jorge Boueri, se reuniu com alunos formados e aconselhou que fossem à reunião com o Coren. “Ele disse para esquecermos o relatório por enquanto e que apoiaria o que decidíssemos depois de ouvir o conselho”, afirmou Natalie Leister, vice-presidente da Associação de Obstetrizes.
Agora, alunos e professores farão novas reuniões para decidir se desistem da carreira com graduação para conseguir apoio do órgão que garantiria maior empregabilidade.

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/orgao+de+enfermagem+mudanca+de+obstetricia+da+usp+e+quase+certa/n1300009483212.html

domingo, 27 de março de 2011

Reportagem no SP TV 2ª edição em 26/03/2011

Alunos da faculdade de obstetrícia da USP fazem protesto

 A manifestação foi contra o possível fechamento do curso. Algumas mulheres ficaram de peito à mostra para chamar a atenção. O protesto teve o apoio de mães que tiveram parto normal.

FORÇA Obstetriz, uma essência da profissão.


Sábado, 26 de março o vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo) ficou pequeno diante do movimentação de pessoas unidas contra o fechamento do curso de Obstetriz da USP. Mães, pais, bebes, professoras, alunas, ONGs, ativistas a favor do parto Humanizado se juntaram pra apoiar a causa. Muitas mulheres pintaram os seios e saíram em passeata, pela a Av. Paulista, mostrando os peitos pra sensibilizar a população da cidade de São Paulo quanto a necessidade de se formar profissionais que trabalhe a favor do parto normal.
Se a manifestação (dia 22/03) na frente da reitoria foi marcada pela tristeza essa foi marcada pela esperança.
a manifestação foi de corpo e alma

Eu, Bia Fioretti, entrevistei a Flavia Estevan, uma das representantes das alunas nas negociações com a universidade
Só na quinta feira, dia 17 de março, que ficamos sabendo sobre os 2 relatórios apresentados contra o curso de Obstetríz da Each USP, foi então que constatamos que o curso podia realmente fechar, estávamos sentadas lá fora, esperávamos pra conversar com alguns professores e algumas meninas choravam muito.












Um longo caminho a ser percorrido...













Naquele momento a gente começou a se questionar, Qual seria o sentido de tudo isso? Nós nunca tínhamos discutido porque cada de nós escolheu aquele curso.
Perguntávamos umas as outras: Qual o sentido disso? Quais motivos que trouxeram cada uma de nós para o curso de obstetrícia da USP? A resposta foi unânime, cada uma de nós havia tido um sinal, uma intuição, como se fosse um chamado mesmo, falar sobre esse assunto foi muito forte naquele momento…. a gente sentiu que estávamos aqui por causa de uma missão.
E de um dia pra o outro o curso iria acabar?
Como assim a gente não conseguia entender?











uma mobilização impressionante!













Um chamado de vida, é um chamado de vida! As coisas não podiam terminar assim, foi quando a gente se conectou com um propósito maior e um sentimento mais profundo deu animo e força. Eu fui pro laboratório de informática elaborar um abaixo assinado, fizemos as cartas, demos um jeito de conseguir as traduções e nos mobilizamos.
No mesmo momento que víamos que tudo poderia estar pedido nos iniciamos esse movimento, esse sentimento que brotou, que ressurgiu dentro da nós foi essencial.

Todo mundo que esta dentro do curso tem uma história especial e um motivo muito forte para lutar pelo nosso curso de Obstetriz.”
A  intuição  e a motivação pessoal da Flávia Estevan:  “Há alguns anos, eu nem pensava em obstetrícia, uma amiga querida que não conseguia engravidar me  perguntou: “Porque eu não consigo a coisa mais natural do mundo? ” Isso me fez questionar que algo tão natural como conceber, gestar e parir é ao mesmo tempo simples e complexo,  e eu decidi me dedicar a assistência  a saúde da mulheres na sua complexidade para tornar as coisas o mais natural possível.

Toda mulher deveria ter o direito de escolher que tipo de parto está disposta a ter. Esses bebes nasceram pelas mãos de uma obstetriz
Pra isso eu procurei o caminho formal, institucional, porém entre eu e a obstetrícia tinha a FUVEST (exame do vestibular), pra conseguir esse objetivo entrei num transe e por três meses estudei tudo que eu podia e eu passei no vestibular, isso já foi um sinal.

esses bebes nasceram em casa com uma obsteriz- o bebe da direita tem 25 dias (o momento do nascimento foi tão mágico que ele tinha que participar)
A gente está numa universidade! Ao mesmo tempo que a gente está vinculada com lado acadêmico e científico, estamos conectadas ao lado social, político e também a aquele chamado que nos moveu te aqui. Eu comecei a estudar a me dedicar tanto, que nunca tive dúvida do caminho a ser seguido.

Quando começou essa história foi um desencaixe de informação e nós pensamos: a história não é só essa:  a gente tem a oportunidade de melhorar a assistência a Saúde da Mulher, a gente já está na universidade, pra nós tudo isso é muito forte.


o que nós queremos pras mães do futuro?
Nós, nos sentíamos como as 60 privilegiadas de estarmos aqui na USP, numa universidade pública com toda a oportunidade de estar em contato com todas as inovações científicas que ela pode nos oferecer e que também pensa e trabalha a humanização do nascimento desde o início do curso.
um voz que não pode ser calada!

Estudar e nos preparar para dar a assistência pra as mulheres é isso que move.
É realmente isso que move! Por isso estamos aqui!”











Uma das alunas de peito aberto, pra encarar a profissão de obstetriz sem barreiras













O movimento de resgate da essência do feminino Mães da Pátria, já entrevistou mais de 900 mulheres no mundo ocidental que se dedicam a humanização do nascimento e já concluiu que a alma, o espírito, a vocação de uma verdadeira parteira (no sentido genérico da palavra, seja ela formal ou tradicional) é universal. Eesse comportamento de superação, esse chamado divino, essa real vocação descrita pela Flavia e pelas suas colegas da USP  é uma essência comum entre todas as parteiras que já conheci. Essas alunas tem realmente a alma de parteira, que não se dobram a dificuldade.
É desse tipo de profissional que a nossa sociedade precisa na luta em favor da saúde da mulher.
Todas as mulheres, que se dedicam a Humanização do nascimento, colocam a atenção a outra mulher de maneira incondicional, com conhecimento sobre a fisiologia feminina e a sabedoria de um sacerdócio.
Gerações de obstetrizes estavam lá, representantes, ativistas da humanização do nascimento: do setor academico, ONG, associaciações, FSP USP, ReHuna Parto do Princípio, Anep Brasil, Mães da Pátria*

O barulho na Avenida Paulista foi tão grande que saiu no noticiário da Rede Globo, em horario nobre do SP tv em São Paulo.
Se a Força motriz é a força que move, que produz movimento imagine o que pode fazer uma “Força Obstetriz”? ( rssss)

Artigo extraído do Blog  Mães da Pátria